segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Transformando a nossa realidade interna

   Com tudo que nós passamos, sentimos e vivenciamos referente a realidade, que na maioria das vezes contraria os nossos desejos e planos, é necessário elaborar isso e externalizar afim de produzir algo. Em ultima instância é entrar em processo de sublimação (arte e cultura) criando algo inédito, entenda por isso algo que nos faz ultrapassar o ordinário, fazendo de nossa vida a expressão do extraordinário.
   A realidade externa é o que nos alerta sobre o nosso limite corporal, mas é também a mesma que sinaliza para a possibilidade de nossa superação material; marca o fim da terra e anuncia o começo da água, que não necessariamente precisa ser o "até onde consigo ir". Se o mar se abre em sua imensidão poética, o navio se faz desbravador em sua ondas de versos.
   Faz parte da humanidade sentir vontade e construir metas e objetivos a curto e longo prazo, fato que enche o mundo de sentido. É nesse intervalo entre o nascer e o morrer que vamos almejando e testando até onde conseguimos chegar. Se morremos na terra de mente e coração secos, pobres em nosso intimo; ou se arriscamos em enriquecer nossa subjetividade de experiências e histórias únicas. É fundamental advertir também que há o mar e o nosso desbravamento em vida dele e isso pode significar morrer afogado de tantos projetos e prazeres, por isso é essencial organizar o sonho no cotidiano, pois o sonho vai se tornando realidade.
   Se brota a emoção em nosso coração, retorna em nossa memória o passado e a vivência nos desafia, é crucial dar-lhe caminho para a expressão: sublimemos então! Isso significa fazer do nosso ser arte e cultura, tanto para sobreviver, quanto (principalmente) para viver, para sermos seres que vão além do pão e da água, chegando a declamação e a dança!!!
   Quando a gente menos esperar, estaremos passando pelo processo de metamorfose, fazendo surtir dos nossos casulos lindas borboletas saltitantes e voadoras, ricas para cuidarem dos jardins que são as nossas cidades e países. No fundo é disso que necessitamos: de borboletas.


Rua Conceição, 5 de Setembro de 2016, Campinas-SP
Michel Cabral