quinta-feira, 7 de setembro de 2017

23° Grito dos Excluídos

   O tema do Grito desse ano é "Por direitos e democracia, a luta é todo dia" e está em sua vigésima terceira edição, reunindo pastorais da igreja católica, movimentos sociais, entidades da assistência, saúde e educação, centrais sindicais e partidos. Ocorre todo dia 7 de setembro depois do desfile civil-militar que comemora a independência do Brasil.
  Esse evento tem por objetivo dar visibilidade as pessoas excluídas de nosso sistema e fomentar o protagonismo político da população. É uma manifestação pacífica, apartidária e que soma as diferenças forças sociais. Surgiu no seio da igreja católica e tem apoio de setores progressistas.
    Ocorre após o desfile de 7 de setembro justamente para contestar a ideia de independência nacional e força econômica e política. Se realmente somos independentes como país, como explicar as empresas brasileiras e as riquezas que são entregues para o capital estrangeiro? Como explicar a nossa força, enquanto milhares de pessoas moram nas ruas e outras passam fome em "barracos"? É para trazer a tona essa contradição que desfilamos com bandeiras, faixas e gritos e protestamos contra a exploração do capitalismo, a corrupção das empresas em conluio com o governo e pela falta de medicamento nas Unidades Básicas de Saúde.
   Nesse ano de 2017 tive a oportunidade de participar da organização do Grito de Campinas-SP indo nas reuniões e ajudando na divulgação. Fiz dois vídeos falando sobre o evento e no dia do ato dei uma entrevista para o programa Band Cidade da Bandeirantes. Segue algumas fotos:




   Agora o próximo passo é manter a luta nas ruas e participando da política como uma forma de melhorar o mundo em que vivemos. Sempre com a bandeira de considerar o outro como parte da comunidade (evitando processos de exclusão) e da luta; reivindicando os direitos básicos como saúde, assistência social, educação, moradia e emprego; e nas conversas cotidianas defendendo a postura de sermos ativos na luta pela transformação social.

Para finalizar deixo uma reflexão que eu fiz na vespera do Grito de 2017 postada no facebook:

"Qual a coerência de alguém que defende linchamento e assassinato de pessoas que erram e depois vai em um templo e "louva, ora e segue" alguém que há séculos atrás defendia pessoas que também erravam?
Fora que não estou falando de impunidade, pois esse mesmo ser humano de 2000 mil atrás já falava em responsabilização. Mas isso nada tem a ver com punição e exclusão, ou qualquer tentativa de machucar o outro em nome do "bem", não passando de uma extravasão de sentimentos, valores e pensamentos mal resolvidos. Eliminar/excluir o outro não é uma forma de tentarmos apagar algo que está vivo em nosso interior como algo depositado na gente pela cultura da opressão (a violência)?
Não seria o caso de lidar com isso assertivamente e no lugar da violência construirmos a nossa autonomia e meios mais humanos para lidarmos com os mais variados conflitos do dia a dia?!
Fica a reflexão 
Amanhã 23 Grito dos excluídos 
As 09:00 no Largo do Pará
Michel."


Rua Conceição
Michel