quinta-feira, 7 de setembro de 2017
23° Grito dos Excluídos
domingo, 27 de agosto de 2017
55 anos de Psicologia no Brasil
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Imagem de divulgação do CFP |
No Brasil uma pensadora que reiterou os ensinamentos vigotskianos é a Silvia Lane da PUC-SP com uma perspectiva sócio-histórica. Uma boa ideia explorada por ela foi com relação a infra-estrutura, referente a forma como nos relacionamentos no cotidiano, construímos cultura pela base e mantemos a super-estrura, correspondente a sociedade, economia e política. Nessa linha de racíocinio, não há opressão sem oprimidos e opressores, mantemos na base esse sistema por meio da forma como tratamos o outro: como um sujeito ou objeto.
Ambos autores trazem contribuições importantes para se construir uma psicologia comprometida com a libertação humana. Fica as indagações para nós da psicologia: como estamos auxiliando as pessoas a concretizarem seus projetos de vida? e qual a revelancia de nossas intervenções para o fortalecimento da comunidade?
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Imagem em homenagem ao 27 de agosto com a imagem dos principais teóricos |
segunda-feira, 21 de agosto de 2017
Quem é o morador de rua?
A baixa escolaridade representada por pessoas que não concluíram o ensino fundamental ou mesmo são analfabetas. Junto a isso soma-se a fragilidade ou inexistência de vínculos empregatícios na Carteira de Trabalho, sendo em um total de 8 meses ou pouco mais para uma pessoa com mais de 35 anos de idade.
Sendo que podemos concluir que a causa para uma pessoa ficar em situação de rua é multifatorial, ou seja, não há uma causa só, mas várias que se somam. Além do nosso modelo social que possibilita o absurdo de haver gente morrendo de fome, frio e da falta de um teto pelas ruas.
Não mais importante, mas que faz parte desse fenômeno é o elemento psicológico agravado pelo estar na rua, expresso no formato de sofrimento e na perda de referencia de espaço, tempo e organização da vida cotidiana. A noção do privado e público (espaço) é prejudicada por não se ter essa separação clara na rua. O tempo que em muito se pesa o horário comercial do capitalismo, deixa de ser um referencial e passa-se a ser um tempo de acordar (se a pessoa conseguiu dormir), dormir (tentar), comer (ver o que se consegue), se anestesiar das dores e emoções intensas (uso de substâncias psicoativas ´spas´) e aguardar por algo (sobrevivendo). O organizar-se para buscar um trabalho ou mante-lo, pagar as contas, cuidar de si e dos familiares e próximos, do se socializar e se entreter, fazer planos futuros, vai ficando fragilizado.
Isso tudo citado vai enfraquecendo a autonomia do sujeito, a sua liberdade mínima de planejar, executar e se responsabilizar pelos resultados.
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O outro é o nosso semelhante |
terça-feira, 8 de agosto de 2017
Por um mundo...
quinta-feira, 30 de março de 2017
Sintonia
Após esse cuidado consigo, é o momento de olhar para a coletividade buscando perceber e compreender aspectos singulares desse outro.
Construindo assim a sintonia com o mais intimo do próprio eu e com a essência da coletividade.
domingo, 5 de março de 2017
Vivência Não-Violenta
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Marshall Rosenberg em um Workshop nos E.U.A utiliza de dois fantoches para representar a Comunicação Não-Violenta |
Em suma, o primeiro passo para quem deseja aprimorar a sua forma de se relacionar é começar a se atentar para os seus sentimentos e necessidades, procurando identificá-los e verificar se realmente são sentimentos (alegria, incomodo, raiva, contentamento, tristeza e etc) ou não (estou me sentindo injustiçado; porém injustiçado não é sentimento). Verificando suas necessidades (preciso de alimentos, preciso de segurança, preciso de valorização). E também começar a prestar atenção em suas observações o quanto são influenciadas por julgamentos. E por ultimo, fazer pedidos baseados na compreensão anterior e sem avaliações ou imposições.
Rosenberg, Marshall. Workshop sobre Comunicação Não-violenta.
Url: https://www.youtube.com/watch?v=DgAsthY2KNA
domingo, 15 de janeiro de 2017
Caminhos da autonomia
Autonomia não é algo que se pode comprar no mercado da esquina, pedir para o vizinho ou relegar ao outro pela sua construção. É tarefa/desafio para ser humano que se vê no mundo, percebe-se ser inconcluído que por sua vez tem a chance de construir sua biografia e interferir na história da coletividade, que por sua vez também pode faltar com a ética universal de estar com outras pessoas ou mesmo de se rever e entrar em sintonia moral com o desconhecido que nos confronta com sua diferença. Falar desse conceito é pensar em alguém que assume ser o sujeito de suas escolhas, que entendendo a influência social em sua vida, não abre mão de seu papel histórico de colaborar (ou não) na transformação da sociedade.
Mas qual é o caminho para a autonomia? A partir do momento que essa indagação é respondida com um mapa revelando uma trilha de escolhas, opções e alternativas, perde-se o essencial desse processo de vir a ser: a liberdade do ser humano inventar-se! Isso não significa uma ausência de horizonte, que em seu contrário, seria o determinismo de lugar nenhum para onde se movimenta uma consciência “achando” que está escolhendo, mas no fundo, o ponto de chegada já está dado como o nada.
Por meio da práxis a pessoa consegue sentir sua liberdade* e pensar acerca do que faz, resultados alcançados e do que vai mudar no seu fazer; também é recurso para comparar o seu projeto de vida com outros na qual identifica-se traços de uma edificação de autonomia; é um meio que surgiu no seio da existência humana que possibilita que tenhamos temporalidade e história.
Sem renunciar pela coletividade nessa empreitada, o diálogo é a ponte que se eleva entre o eu e o nós. Canal de compartilhamento de vivencias e que faz com que a autonomia não se converta para um projeto de autômata, na qual por meio das palavras e exemplos do outro, nos coloca a pensar sobre o que estamos construindo.
Imagem:Meninos soltando pipas (1947). Portinari, C.
Na imagem acima foi escolhido um quadro de Portinari para ilustrar a problematização acerca da autonomia: crianças soltando pipa. A criança como representante genuína do ser humano (de suas potencias e limites) e em sua brincadeira (ou ensaio para nós) uma pipa representando seu projeto momentâneo. Tenuamente uma linha a conecta a sua aspiração e realização; pois seu objetivo é fazer o objeto levantar voo, de preferência o mais alto possível e com brilhos ao seus olhos, mas tudo isso governado por sua vontade e organização.
No momento que se espelhou no outro para conseguir a sua pipa, nas conversas para aprender o manuseio e no preparo para arriscar seu projeto. E entre seu mundo interno e a conquista do objetivo, a linha ao mesmo tempo frágil o bastante para estourar em um movimento imprudente, como forte o suficiente para resistir a ventania do desconhecido, no fundo a expressão de sua liberdade.
Cada pessoa como apontado no inicio, tem o desafio de elevar e fortalecer a sua autonomia. Existem caminhos para essa tarefa e o horizonte é pensado no inicio da caminhada e no caminhar, sendo que a autonomia se faz caminhando (próximo de Paulo Freire que diz: O caminho se faz caminhando). Não se constrói parado e no mesmo lugar.
Uma pipa é diferente da outra, a forma de faze-lá foi diferente e o próprio ato de solta-lá é um caminho dentre muitos caminhos. Mas é ato que se dá junto com o outro, por mais só que o sujeito se encontre: a marca humana continua em seu pensamento e linguagem.
Em uma bela tarde de verão, sentado em frente de um computador sozinho, escrevendo e pensando, constitui-se como o caminhar. Essa reflexão ergue-se como uma pipa, sendo a decisão de compartilhar a linha e do céus como a internet que abriga o artefato. Engana-se quem pensa que essa obra é de exclusiva autoria de quem a assina; precisa ir além e perceber que a coletividade contribuiu para esse processo de autonomia.
*A ideia defendida nesse artigo de liberdade não a compreende em termos absolutos como outras teorias buscam apresentar, mas percebe a questão social, história e biológica como influenciadora, porém não deixa de visualizar o papel dela na construção da autonomia.
Rua Conceição
Michel Cabral