domingo, 23 de janeiro de 2022

Economia de Francisco e Clara

   Vivemos uma pandemia de consequências terríveis à humanidade, principalmente as pessoas mais vulneráveis e abandonadas pelo Estado, que sofrem as dores do Covid-19, a precariedade e sucateamento do SUS, e a desassistencia econômica e social, gerada pelo desemprego e inflação no caso do Brasil.
   Observando isso, em 2020 o Papa Francisco chamou os povos para se unirem e criarem a Economia de Francisco e Clara, inspirados nos dois santos de Assis - Itália, na qual o projeto tem por objetivo fomentar projetos solidários e uma nova economia mundial.

Canteiro de Hortaliças, Região Fazenda S Vicente, Campinas, 2022

   Desde 2021 entrei para o grupo de articulação brasileira da Economia de f e C em Campinas, ajudando a desenvolver hortas comunitárias. No abrigo Casa Antônio Fernando dos Santos já existe uma horta que recebe assessoria do grupo e na penitenciária feminina de Campinas. Buscando terra pra fazer uma horta maior, conseguimos na região da Fazenda São Vicente, e lá estamos desde este mês de janeiro de 2022 organizando uma nova horta que irá fornecer verduras para outros projetos sociais.
   A importância das hortas comunitárias e da iniciativa papal se dá em meio a ascensão do Agronegócio, modalidade de exploração agrícola que apenas visa a terra e o campo como geração de capital, lucro e compartilhamento de agrotóxico e doenças aos povos. Fazer horta comunitária é se opor a este modelo de gestão da terra; é não tratar a Roça como negocio, mas como meio de vida.
   E em meio a um aumento da fome e da falta de perspectiva, construir elementos de esperança, motivação à população, visando o desenvolvimento de uma nova sociedade em que os frutos da terra sirvam pra sanar a fome sem provocar doença.

Jd. Eulina, Verão, 2022
Michel

domingo, 2 de janeiro de 2022

2022

Vagar pelas ilusões do sistema pode gerar prazeres momentâneos, reforçados por um cenário oco, em que as fantasias confundem nossa consciência e na qual escolhemos máscaras que no fundo escondem nós de nós mesmos.
Dinheiro, status, fama, cargo (...) Trazem orgulhos, auto estima, alegria, nos pegamos sorridentes gastando o que não temos, economizando vida, seguros de um feito que não compreendemos a fundo o que significa, e uma auto estima que aceita comparações da sociedade, avaliações do Google e um score que nivela se somos honestos ou não, sem saber se o que vale é sermos honestos com a gente, com o outro ser humano, ou com um CNPJ perdido em um banco de dados.
Somos apenas um registro no CPF, carteira de trabalho e Instagram, ou somos alguém com substância, efeito na realidade? Estamos de corpo e alma na vida ou apenas como fantasma consumindo coisas, experiências e pessoas? 
A busca pela essência exige jogarmos fora nosso uniforme de certo, errado, bonito, feio, forte, fraco, empregado, rico e em cada gesto, passo e palavra nos fazermos sentindo a vida. 

Quebrar ciclos. Seja quem você ainda não foi. Realize o sonho. Deixe de pedir desculpas e vamos ao agradecimento, de estar aqui, agora.

Jd Eulina, Primeiro Domingo 
Michel